Conhecendo a Orixá Iemanjá.

Seus Mitos e Lendas no Brasil Reza a lenda que na África Iemanjá é filha de Olokun, … o verdadeiro Orixá dos Mares. Iemanjá é saudada como uma orixá de um rio, por um povo denominado Egbá.
O escritor Pierre Verger nos diz que Iemanjá é a orixá das águas doces e salgadas deste povo, e também o nome de um rio encontrado onde ficava essa nação Yorubá.
Já resumindo aqui, o Antropólogo Arthur Ramos e Raimundo Nina Rodrigues em seus inscritos nos relata que: Obatalá casou-se com Oduduá e dessa união nasceram Aganju, a Terra, e Iemanjá (yeye ma ajá = mãe cujos filhos são peixes), a Água. Iemanjá vai ao centro do Ayê receber seu emblema de autoridade: o abebé (leque prateado em forma de peixe com o cabo a partir da cauda) e Obé (espada, alfange ou faca), uma insígnia real que lhe conferiu amplo poder de atuar sobre todos os rios, mares, e oceanos e também dos leitos onde as massas de águas se assentam e se acomodam. Oduduá e Obatalá os pais orgulhosos da filha deu-lhe de presente a Lua, uma joia especial para a majestade das águas. Iemanjá nunca mais retirou de seu dedo o mágico e resplandecente adorno de quatro faces.
Mais tarde Iemanjá desposa o seu irmão Aganju unindo assim a terra e água. Com esta união se tornou mãe e teve um filho chamado Orungã, que mais tarde se tornou o Édipo africano porque Orungã apaixona-se por sua mãe, porem essa o recusa. Orungã a persegue e Iemanjá põe-se a correr. Orungã ia quase alcançá-la quando Iemanjá cai no chão, de costas e morre. Imediatamente seu corpo começa a dilatar-se, enormes seios formam-se e deles brotaram duas correntes de água que se reúnem mais adiante até formar um grande lago. O seu ventre dilatado, se rompem, nascendo os deuses que a tornara; “A Mãe de muitos filhos” sendo eles: Dadá, deus dos vegetais; Xangô, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do mar; Oloxá, deusa dos lagos; Oiá, deusa do rio Niger; Oxum, deusa do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Orixá Okô, deusa da agricultura; Oxóssi, deus dos caçadores; Oké, deus dos montes; Ajê Xaluga, deus da riqueza; Xapanã (Shankpannã), deus da varíola; Orum, o Sol; Oxu, a Lua. 
Existem muitas estórias sobre a mãe Iemanjá aqui no Brasil, o seu nome na cultura popular brasileira é Dona Janaína a Mãe d’água é associado por alguns autores a uma origem indígena. Seus mitos permaneceram relacionados as águas, muito embora o orixá possa ter passado dos rios aos mares como observamos no Brasil e em Cuba, seja em substituição de cultos de divindades esquecidas no processo de diáspora como o de Olokun que foi substituído no panteão afro-brasileiro por Iemanjá, ou o estreitamento demasiado dessas duas divindades de mesma família, como observamos cunhado na figura de Yemayá Olokun Mas, segundo Reginaldo Prandi (2001), “na sociedade tradicional dos iorubas, sociedade não histórica, é pelo mito que se alcança o passado e se explica a origem de tudo, é pelo mito que se interpreta o presente e se prediz o futuro, nesta e na outra vida” (PRANDI, 2001, p. 24).
Continuando o estudo. … Fevereiro para os umbandista é o mês de uma das mais populares Mães Orixá. Iemanjá faz parte da nossa cultura e de nossa crença. Poucos são os que não conhecem a Rainha do Mar. Todos que tem como religião qualquer derivação afro brasileira, adeptos ou simpatizantes louvam essa Mãe. Iemanjá é festejada, em outras datas mas diferem de um lugar para outro. Nesta mistura cultural Iemanjá mudou de figura, antes negra africana, dando origem a uma Iemanjá branca de cabelos longos negros e liso, em sua mãos saiam pérolas e sua roupagem era da cor do céu límpido. A mãe-d’agua é cultuada como a Mãe da Vida. Para a Umbanda Rubens Saraceni ao escrever sobre Iemanjá conta que; Olorum cria e gera em si mesmo, e criou e gerou nessa sua qualidade uma divindade criativa e geradora, que é sua qualidade em si mesma. Então surgiu Yemanjá, divindade unigênita gerada da qualidade criativa e geradora de Olorum, que a tornou em si mesma a sua qualidade criativa e geradora. A lenda nos diz que Yemanjá é tida como a mãe de todos os Orixás, e ela está relativamente certa, já que se algo existe é porque foi gerado. E, porque Yemanjá é em si mesma essa qualidade geradora do divino criador, então ela está na origem de todas as divindades. Bem, o caso é que Yemanjá é a “Mãe da Vida”, e como tudo o que existe só existe porque foi gerado, então ela está na geração de tudo o que existe. Yemanjá as manifesta em suas hierarquias de Tronos: os da Criatividade e os da Geração. Por ser a divindade da Criatividade e da Geração, Yemanjá está em todas as outras Qualidades Divinas, mas polariza com o Orixá Omolu e faz surgir a irradiação da Geração, que tem nele o recurso de paralisar todo processo criativo ou gerativo que se desvirtuar, se degenerar, se desequilibrar, se emocionar ou se negativar. Yemanjá rege sobre a geração e simboliza a maternidade, o amparo materno, a mãe propriamente. Ela se projeta e faz surgir 7 polos magnéticos ocupados por 7 “Yemanjás” individualizadas, que são as regentes dos níveis vibratórios positivos e são as aplicadoras de seus aspectos, todo positivos, pois Yemanjá não possui aspectos negativos ou opostos. Ela é unigênita e por isso tanto gera em si quanto gera de si. Quando gera em si, dá origem a sua hierarquia de Tronos da Criação e Tronos da Geração, que são divindades que manifestam uma dessas duas naturezas de Yemanjá. Estas 7 “Yemanjás” comandam incontáveis linhas de trabalho dentro da Umbanda. Suas orixás auxiliares estão espalhadas por todos os níveis vibratórios positivos, nos quais atuam como Mães da “Criação”, sempre estimulando, nos seres, os sentimentos maternais ou paternais.

Na Umbanda  eu vou usar a cantiga de Maria Betânia para bem explicar. 
Quanto nome tem a Rainha do Mar?
No sincretismo religioso, Iemanjá tem personalidade correspondente a outros santos, como na igreja católica, onde é Nossa Senhora de Candeias, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora Aparecida, a Virgem Maria etc.
Iemanjá é o próprio Mar.
Essa deusa mulher representa a Maternidade, a família, é conhecida como deusa lunar onde rege os ciclos da natureza que estão ligados a água, definindo a “Mudança”, na qual toda mulher é submetida devido a influência dos ciclos da lua.
É reverenciada por todos os pescadores, cantores e escritores.
Nos terreiros é homenageada e amada em todas as nações.
Em agosto, dezembro e fevereiro, é quando na beira da praia acreditamos que ela vem nos abençoar. Seja, Dandalunda, Janaína, Marabô, Princesa de Aiocá, Inaê, Sereia, Mucunã, Maria, Dona Iemanjá, vivendo ela nas águas ou em loca de pedra, oferecemos perfumes, flor, espelho e pente, toda sorte de presente pra ela se enfeitar.
Quando no mar ou terreiro ela canta, e só canta cantiga bonita, emocionando ou nos acalmando só de ouvir.
Por que ela chora?
Chora quando fica aflita, se vê os seus filhos em sofrimento chorar.
Quem é que já viu a Rainha do Mar?
Muitos a sentem no coração, na vidência de seus médiuns filhos; mas a fé nesta Mãe é comum nos médiuns, aos pescadores e marinheiros que ouve a sereia cantar, é com o povo que é praieiro que você conhece as estórias de Iemanjá.
No término deste estudo,…Luiz Antonio Simas posta uma tradução Ogunté – É uma qualidade importantíssima de Iemanjá entre os nagôs. Em alguns mitos é a mãe de Ogum; em outros é a mulher de Ogum Alagbedé. É uma Iemanjá guerreira, jovem, que quando dança porta uma espada. Cuidado com ela; está muito longe de ser a sereia maternal que o sincretismo consagrou. Kayala – É um dos nomes de Quissimbe, o inquice ( quase a mesma coisa que o Orixá para um nagô ) banto responsável pelos mistérios das águas. É corruptela de Nkaia Nsala, que significa literalmente “avó da vida”. É uma entidade velha e maternal, cujo culto desenvolveu-se na região do Congo Angola. Sobá – É uma das formas de se chamar no Brasil uma qualidade de Iemanjá denominada “Assabá”. Orixá velho e poderoso, aparece nos mitos de Ifá mancando e fiando algodão. Sua dança é venerável e lenta. Inaê – Um dos nomes da rainha do mar.

Segundo Yeda Pessoa de Castro – grande conhecedora das línguas africanas no Brasil – o termo tem origem fon ( povo jeje, do antigo Daomé ) e deve vir de inon (mãe) e nawé (um título respeitoso).
Janaína– Uma das formas sincréticas de se referir as Iemanjá no Brasil, é muito citada nos pontos de Umbanda.
Iemanjá – A poderosa orixá que, na África, comanda os rios quando estes estão chegando ao mar. Para os nagôs, o orixá ligado ao axé dos oceanos é Olokum. No Brasil, Iemanjá passou a ser considerada por aqui a senhora das águas marítimas. Em muitos países as oferendas a Iemanjá são feitas no encontro das águas do rio com o mar. Variedade existem em suas oferendas. Suas oferendas ou presentes podem ser colocados na areia sob toalhas de folhas (o mais correto) ou num barquinho artesanal que é solto após passar (pular) sete ondas. Azul claro e branco são suas cores, e suas bebidas favoritas são sidra, espumante e champanhe, água de rosas. Normalmente os devotos oferecem também velas, flores, fitas e frutas.
Em algumas derivações de Umbanda dão como alimentos as comidas preferidas que são manjar branco, acaçá, peixe do mar, bolo de arroz, ebôya e furás. As (“ferramentas”) de Yemanjá são elaborados em prata, aço, latão ou chumbo, e são o sol (oru), a lua cheia (ochú), uma âncora (dakoduro), um salva-vidas (yika), uma canoa (okokeré) ou um barco (oko), sete ramos (alami), sete aros de prata (bopa), uma chave (chileku) e uma estrela (irawo). IEMANJÁ Senhora Mãe de quase todas as cabeças. EU TE SAÚDO Mãe do meu Ori, Dona e Senhora da Minha Embarcação. Mãe-d’agua, Rainha das ondas, sereia no Mar! Alodê, Odocyabá, Odo-fe- iabá, Minha mãe, Mãe-d’água, Odoyá! Simplesmente és Mãe! És Rainha! Èéru Iya !

Estudos de Mãe Bia para o Centro de Umbanda Pena Verde. Fonte . Os escritores > Pierre Virge, Reginaldo Prandi, Rubens Saraceni, Ieda Pessoa de Castro, Antropólogo Arthur Ramos e Nina Rodrigues, fonte Leões e Cordeiros portal Geledés Na internet > Wikipédia, postagens de vários sites, Post de Luiz Antonio Simas- Iemanjá para os devotos,…numa página datada em trinta de dezembro de dois mil e doze nos relata a tradução do refrão da Império Serrano. Texto extraído do livro: Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada – pág. 169/171] Trechos da Musica cantada por Maria Betânia.

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