Mãe d'água, Sereia, Rainha do Mar é IEMANJÁ.
Fevereiro para os umbandista é o mês de uma das mais populares Mães Orixá, Iemanjá faz parte da nossa cultura e de nossa crença, poucos são os que não ouviu falar da Rainha do Mar.
Todos que tem como religião qualquer derivação afro brasileira, adeptos ou simpatizantes louvam essa Mãe. Iemanjá é festejada e cultuada em todo o Brasil em outras datas, mas diferem de um lugar para outro. Nesta mistura cultural Iemanjá mudou de figura de antes negra africana, foi-se dando origem a uma Iemanjá branca de cabelos longos negros e liso, em sua mãos saiam pérolas e sua roupagem era da cor do céu límpido.
A mãe-d’agua é cultuada como a Mãe da Vida.
Para a Umbanda, Rubens Saraceni ao escrever sobre Iemanjá conta que; Olorum cria e gera em si mesmo, e criou e gerou nessa sua qualidade uma divindade criativa e geradora, que é sua qualidade em si mesma.
Então surgiu Yemanjá, divindade unigênita gerada da qualidade criativa e geradora de Olorum, que a tornou em si mesma a sua qualidade criativa e geradora. A lenda nos diz que Yemanjá é tida como a mãe de todos os Orixás, e ela está relativamente certa, já que se algo existe é porque foi gerado.
E, porque Yemanjá é em si mesma essa qualidade geradora do divino criador, então ela está na origem de todas as divindades.
Bem, o caso é que Yemanjá é a “Mãe da Vida”, e como tudo o que existe só existe porque foi gerado, então ela está na geração de tudo o que existe. Yemanjá as manifesta em suas hierarquias de Tronos: os da Criatividade e os da Geração. Por ser a divindade da Criatividade e da Geração, Yemanjá está em todas as outras qualidades divinas, mas polariza com o Orixá Omolu e faz surgir a irradiação da Geração, que tem nele o recurso de paralisar todo processo criativo ou gerativo que se desvirtuar, se degenerar, se desequilibrar, se emocionar ou se negativar. Yemanjá rege sobre a geração e simboliza a maternidade, o amparo materno, a mãe propriamente.
Ela se projeta e faz surgir 7 polos magnéticos ocupados por 7 “Yemanjás” individualizadas, que são as regentes dos níveis vibratórios positivos e são as aplicadoras de seus aspectos, todo positivos, pois Yemanjá não possui aspectos negativos ou opostos.
Ela é unigênita e por isso tanto gera em si quanto gera de si.
Quando gera em si, dá origem a sua hierarquia de Tronos da Criação e Tronos da Geração, que são divindades que manifestam uma dessas duas naturezas de Yemanjá. Estas 7 “Yemanjás” comandam incontáveis linhas de trabalho dentro da Umbanda.
Suas orixás auxiliares estão espalhadas por todos os níveis vibratórios positivos, nos quais atuam como Mães da “Criação”, sempre estimulando, nos seres, os sentimentos maternais ou paternais.
Na Umbanda, vou usar a cantiga de Maria Betânia para bem explicar, desta forma acredito ser mais fácil os não iniciados na Umbanda entender e crer nesta Mãe Orixá.
Quanto nome tem a Rainha do Mar?
No sincretismo religioso, Iemanjá tem personalidade correspondente a outros santos, como na igreja católica acreditando eu nas “mil virgens,” onde Iemanjá é Nossa Senhora de Candeias, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora Aparecida, a Virgem Maria etc.
Iemanjá é o próprio Mar.
Essa deusa mulher representa a Maternidade, a família.
É conhecida como deusa lunar onde rege os ciclos da natureza, e tudo quanto os que estão ligados a água, definindo a “Mudança,” na qual toda mulher é submetida devido a influência dos ciclos da lua. É reverenciada por todos os pescadores, cantores e escritores.
Nos terreiros é homenageada e amada em todas as nações.
Em agosto, setembro, dezembro e fevereiro, é quando na beira da praia acreditamos que ela vem nos abençoar.
Seja ela, Dandalunda, Janaína, Marabô, Princesa de Aiocá, Inaê, Sereia, Mucunã, Maria, Dona Iemanjá.
Onde ela mora?
Vivendo no encontro das águas, nos mares e oceanos ou em loca de pedra.
É Iemanjá O que ela gosta?
Oferecemos perfumes, flor, espelho e pente, toda sorte de presente pra ela se enfeitar.
O que ela canta?
Quando no mar ou terreiro ela canta, só canta cantiga bonita, emocionando ou nos acalmando só de ouvir. É Iemanjá!
Por que ela chora?
Chora quando fica aflita, se vê os seus filhos em sofrimento chorar.
Quem é que já viu a Rainha do Mar?
Muitos a sentem no coração, na vidência de alguns filhos; mas a fé nesta Mãe é comum nos médiuns, naqueles que a tem no Ori, ou Coroa.
Os pescadores e marinheiros é quem ouve a sereia cantar, é com o povo que é praieiro que você conhece as estórias da Mãe d’água Iemanjá.
Nós umbandista ouvimos em música ou pontos cantados que muitos não conseguem nem pronunciar, as palavras em iorubá ou nagô . Achei interessante e resolvi colocar algumas qualidades da nossa Mãe Iemanjá. No término deste estudo,…
Luiz Antônio Simas posta uma tradução;
Ogunté – É uma qualidade importantíssima de Iemanjá entre os nagôs. Em alguns mitos é a mãe de Ogum; em outros é a mulher de Ogum Alagbedé.
É uma Iemanjá guerreira, jovem, que quando dança porta uma espada. Cuidado com ela; está muito longe de ser a sereia maternal que o sincretismo consagrou.
Kayala – É um dos nomes de Quissimbe, o inquice ( quase a mesma coisa que o Orixá para um nagô ) banto responsável pelos mistérios das águas.
É corruptela de Nkaia Nsala, que significa literalmente “avó da vida”.
É uma entidade velha e maternal, cujo culto desenvolveu-se na região do Congo Angola.
Sobá –É uma das formas de se chamar no Brasil uma qualidade de Iemanjá denominada “Assabá”. Orixá velho e poderoso, aparece nos mitos de Ifá mancando e fiando algodão. Sua dança é venerável e lenta.
Inaê – Um dos nomes da rainha do mar.
Segundo Yeda Pessoa de Castro – grande conhecedora das línguas africanas no Brasil – o termo tem origem fon ( povo jeje, do antigo Daomé ) e deve vir de inon (mãe) e nawé (um título respeitoso).
Janaína– Uma das formas sincréticas de se referir a Iemanjá no Brasil.
É muito citada nos pontos de Umbanda.
Iemanjá – A poderosa orixá que na África, comanda os rios quando estes estão chegando ao mar. Para os nagôs, o orixá ligado ao axé dos oceanos é Olokum.
No Brasil, Iemanjá passou a ser considerada por aqui a senhora das águas marítimas. Em muitos países as oferendas a Iemanjá são feitas no encontro das águas do rio com o mar. Variedades existem em suas oferendas. Oferendas ou presentes podem ser colocados na areia sob toalhas de folhas (o mais correto) ou num barquinho artesanal que é solto após passar (pular) sete ondas. Azul claro e branco são suas cores, e suas bebidas favoritas são sidra, espumante, champanhe e água de rosas. Normalmente os devotos oferecem também velas, doces, grãos, flores, fitas e frutas. Em algumas derivações de Umbanda dão como alimento as comidas votivas, da qual as preferidas são o manjar branco, acaçá, peixe do mar, bolo de arroz, ebôya e furás. As (“ferramentas”) de Yemanjá são elaborados em prata, aço, latão ou chumbo, e são o sol (oru), a lua cheia (ochú), uma âncora (dakoduro), um salva-vidas (yika), uma canoa (okokeré) ou um barco (oko), sete ramos (alami), sete aros de prata (bopa), uma chave (chileku) e uma estrela (irawo).
IEMANJÁ Senhora Mãe de quase todas as cabeças.
EU TE SAÚDO Mãe de meu Ori,
Dona e Senhora da Minha Embarcação.
Mãe-d’agua, Rainha das ondas, sereia no Mar! Alodê, Odocyabá, Odo-fe- iabá,
Minha mãe, Mãe-d’água, Odoyá!
Simplesmente és Mãe! És Rainha! Èéru Iya !